19 de fev. de 2009

BEM-AVENTURADOS OS HUMILDES

Ontem, quarta–feira passei um dia de muita expectativa, estava de folga, tranqüilo, por isso resolvi pela manhã ir ao supermercado fazer umas comprinhas (odeio isso), à tarde como de costume leitura (estou lendo “ O jogador” Dostoiévsky), depois um chimarrãozinho, tudo disposto a aguardar a chegada das 22h, horário da estréia do meu internacional na copa do brasil contra o união de rondonópolis-MT. A expectativa era a melhor possível, já que o colorado vinha de resultados positivos no nosso entrevero pampeano.
Vinhamos de uma vitória no Gre-Nal o que de alguma forma avalizava a possibilidade de vitória ontem, o adversário desconhecido "União Rondonópolis do MT" pode ou melhor poderia num primeiro momento ser comparado ao nosso glorioso sapucaiense; preparei minha pipoca, meu guaránazinho, liguei a televisão cheio de expectativa em ver Nilmar, D’alessando, Guinazu e cia. Queria ver principalmente Taison como titular enfim.. acreditei que com está máquina pampeana menos de 6 seria prejuízo. Pois bem, lá pelos 25 minutos do primeiro tempo comecei a me assustar, vi um união dando show enquanto o internacional campeão do mundo assistia a saranda passivamente. Aos 30 minutos lembro-me que apaguei, dormi profundamente, só fui acordar lá pelos 30 minutos do segundo tempo, sobressaltado com uma sensação horrível, sentindo o lado direito do corpo completamente dormente, estava surdo, foi uma sensação de sufocamento insuportável. Bateu o pavor! E agora? O que está acontecendo? Será um derrame!
Levantei-me deseperado do sofá e me fui direto ao quarto, chutando porta, tudo o que via pela frente, queria chamar minha esposa que dormia tranquilamente. Dei um berro, assutei ela e minha cadelinha guaipéca. Foram 10 minutos de pavor, suposições e delírios. Resolvi ir direto ao pronto socorro, afinal seguro morreu de velho. Chegando lá fui ao otorrino por indicação do médico da emergência. Sentei-me na cadeira do doutor falando um monte de barbaridades, indaguei sobre todas as possibilidades possíveis ligadas ao meu sintoma; ele sempre quieto, agindo como se nada tivesse acontecendo. Afinal o problema ali era meu e não dele. Nunca entendi a forma fria utilizada pelos médicos no trato com pacientes, falamos, indagamos e a resposta geralmente vem através de monossílabas.
Após examinar-me, em dado momento me fitou e disse “felizmente não atingiu o tímpano” não entendi esta afirmação, me apavorei!!!! O que ele esta falando? Até que lembrei-me que à tarde entre livros e mateadas havia solicitado à minha esposa a gentileza de limpar meus ouvidos, sempre faço isso mas ontem resolvi pedir auxilio, manha às vezes é bom ( não é mesmo?). Queria estar com os ouvidos limpos para escutar bem os seis gols que o inter aplicaria no União à noite, resultado que eliminaria o clube mato-grossense já na primeira rodada, evitando o jogo de volta no beira-rio. Isso daria tempo de descanso aos atletas, e condições de preparação para as próximas partidas coloradas. Lembrei-me também que durante a limpeza senti um leve ardor no ouvido o que causou um pequeno sangramento, nada que assusta-se num primeiro momento , será? engano meu; a pequena lesão havia comprometido o canal auditivo de tal forma que terminou por fechá-lo, levando à necessidade da realização de toda esta odisséia. Resolvido o problema, que de grave não tinha nada; era apenas uma bola de cera e uma leve lesão auditiva. (infelizmente tenho o dom de ser fiasquento, palavras do médico) me fui pra casa a pensar sobre os fatos; concluui que a a lição que aprendi se fazia necessária.
Desde criança nunca acreditei em castigo divino, mas ontem a providência divina que segundo alguns escreve certo por linhas tortas resolveu mostrar que ele existe. Deus em uma das suas bem-aventuranças diz "BEM-AVENTURADOS OS HUMILDADES". Poxa! Quem em sã consciência acreditaria na derrota colorada. Nem Freud! mas!!!!
Obrigado meu bom Deus! creio que agora aprendi a lição, ou melhor as lições; primeiro, como bom colorado que sou, devo saber que o internacional não é imbatível, segundo; aprendi que não devo nunca mais colocar cotonetes no ouvido.

Espero que daqui pra frente eu tenha aprendido com a dor, que o senhor escreve certo por linhas certas, eu e o Internacional é que líamos de forma errada.

Um comentário:

  1. Ri muito...desculpe...mas foi muito bom!
    Sobre os cotonetes...vou prestar mais atenção quando usar, não preciso de auxilio!rsrsrsrs...
    Quanto ao futebol, continuo achando que faz mal..agora já sei que aos ouvidos também...rsrsrsrs

    Brincadeirinha!

    Lílian Brusque

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